Amigos,
Estamos plenamente conscientes de que esta nossa publicação vai causar indignação em alguns de vocês, mas sabemos também que a maioria a vai entender.
Chegámos ao nosso limite de capacidade de recolha de animais. Na verdade, já o ultrapassámos há muito tempo. O nosso espaço está dimensionado para um máximo de 90 cães e 30 gatos e temos neste momento, ao nosso cuidado, quase 180 cães e gatos (entre os que estão no CAT e os que temos em FAT e internados, à espera de vaga).
Para além do espaço, coloca-se a questão financeira: todos os animais são vacinados e desparasitados quando entram no CAT e os gatos têm, obrigatoriamente, que fazer testes Fiv e Felv. Um número tão elevado de animais em tão pouco espaço gera frequentemente conflitos entre eles e a maior parte dos animais que nos entregam estão doentes e necessitam de cuidados veterinários e/ou internamento, despesas que são suportadas na íntegra pela associação. Os donativos e as quotas pagas pelos sócios são insuficientes para fazer face a todas as despesas. Não temos, também, capacidade no CAT para receber animais recém-nascidos ou que ainda não estejam “autónomos” e as nossas FAT estão cheias.
Porque estamos nisto pelos animais, porque o nosso espaço é limitado e acumular animais não é sinónimo de amor por eles, porque não podemos sacrificar a saúde e o bem-estar dos que já estão connosco, porque não temos como fazer face às despesas médico-veterinárias que aumentam diariamente e porque somos uma equipa que não consegue fazer mais do que já faz actualmente, tomámos decisão muito difícil.
Até que o número de animais acolhidos volte à regularidade, não podemos nem iremos recolher ou acolher qualquer animal, independentemente da situação em que se encontre. Não iremos, também, assumir qualquer despesa médico-veterinária de outro animal que não esteja ao nosso cuidado. Animais encontrados na via pública devem ser encaminhados para o Canil Municipal ou para a Protecção Civil.
Iremos continuar a ajudar de todas as formas que pudermos e como já fazemos: publicando anúncios, aconselhando, servindo de intermediário para tratamentos médico-veterinários.
Terminamos dizendo que a defesa dos animais é um dever de todos nós e as associações como o Cantinho dos Animais não têm, como muitos julgam e acusam, obrigação de recolher todos os animais abandonados ou que as pessoas já não querem. As associações são constituídas por pessoas que fazem o que podem com os meios que têm, que dão o seu tempo, de forma voluntária, a esta causa e que se uniram para ajudar a resolver problemas, mas não os conseguem resolver todos.
Obrigado pela vossa compreensão.
A Direcção